
Reabilitação sem dor vs. limiar de tensão dos isquiotibiais
Permitir que a reabilitação de lesões por esforço agudo dos isquiotibiais (EAI) seja guiada pelo limiar da dor não reduziu o tempo de retorno ao esporte (RAE).
No entanto, levou a uma maior recuperação da força de flexão isométrica do joelho e ao aumento do comprimento do fascículo da cabeça longa do bíceps femoral nos 2 meses de acompanhamento.
Assim, a aplicação de carga excêntrica precoce e exercícios de longa duração no limiar da dor pode ajudar a gerenciar déficits na força dos flexores do joelho e ajudar a manter ganhos no comprimento do fascículo do bíceps femoral sem influenciar o tempo de RAE.
As lesões por EAI continuam sendo a principal causa de perda de participação em vários esportes. Déficits funcionais, como diminuição da força dos flexores do joelho, podem aumentar o risco de lesão, se presentes no momento da RAE. Embora a carga excêntrica ajude a resolver esse problema e reduza o risco de reinjúrio, a prática frequente de realizar exercícios sem dor pode atrasar a introdução desse tipo de exercício.
Quarenta e seis homens com lesão por EAI recente foram alocados aleatoriamente em grupos de reabilitação sem dor e com limiar de dor. As medidas de desfecho foram dias desde a lesão até o RAE, força isométrica dos flexores do joelho, comprimento do fascículo da cabeça longa do bíceps femoral, medo de movimento e ocorrência de recidiva no acompanhamento por seis meses. Ambos os grupos completaram um protocolo padronizado de reabilitação progressiva, diferindo apenas no nível de dor permitido durante o exercício.
Como apenas duas recidivas ocorreram durante o período de acompanhamento, não é possível tirar conclusões sobre as diferenças na segurança do RAE entre as duas abordagens.
No entanto, as descobertas do estudo dão suporte à noção de que a abordagem freqüentemente usada para tornar a reabilitação dos isquiotibiais indolor não é necessariamente baseada em evidências.
Expert opinion
Recomendações são freqüentemente feitas, para que os exercícios iniciais para a reabilitação de isquiotibiais sejam indolores para melhorar a segurança e garantir a RAE no tempo certo.
No entanto, este estudo controlado randomizado mostra que não apenas não há diferença no tempo de RAE ao realizar exercícios no limiar da dor, mas também que essa última abordagem pode realmente trazer benefícios prolongados em termos de força e arquitetura muscular.
De outra perspectiva, este estudo também mostra outra maneira pela qual a dor pode não estar estritamente associada ao dano estrutural.
> A partir da: Hickey et al., J Orthop Sport Phys Ther 50 (2020) 91-103 (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy. Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por Raphael Vianna.
