
O impacto do exercício no DNA e comprimento dos telómeros
Os telómeros são um tema quente na investigação do envelhecimento e alterações biológicas. Os telómeros podem ser imaginados como as pontas no final dos atacadores (com os cordões a representarem cromossomas). Os telómeros protegem os cromossomas da degeneração, mas é sabido que este comprimento protetor diminui com a idade. Este artigo teve como objectivo explorar vários tipos de atividade física e o seu impacto no comprimento dos telómeros, e como o exercício pode aumentar a resistência ao encurtamento dos telómeros através do processo natural de envelhecimento.
Os autores efetuaram uma pesquisa da literatura e analisaram 21 artigos relacionados com o comprimento dos telómeros e atividade física, publicados entre 1998 e 2016. Foram discutidos vários tipos de telómeros, incluindo os de tecido muscular esquelético, leucócito, células mononucleares periféricas (CMP) e telómeros de células-satélite.
A maior parte da investigação existente compara o comprimento dos telómeros em populações ativas e sedentárias. Contudo, esta revisão analisou várias formas de exercício e comparou a duração do treino. Não foram obtidos resultados conclusivos para apoiar nenhum tipo ou duração de exercício para o aumento do comprimento dos telómeros. No que diz respeito aos telómeros do tecido muscular esquelético, foram encontrados telómeros mais curtos em corredores com mais horas de treino do que naqueles com menos horas de treino. Contudo, em halterofilistas, foram encontrados telómeros mais longos do que nos sujeitos que não levantavam pesos.
Este artigo discutiu os telómeros dos leucócitos, dado que estes são uma parte protetora do sistema imunitário, e os autores realçam que os telómeros dos leucócitos podem estar associados ao número de anos de vida saudável. Nesta revisão, 12 dos 18 artigos revistos analisaram o comprimento dos telómeros dos leucócitos e alguma forma de exercício mostrou uma correlação positiva. Pelo contrário, os restantes 6 artigos não foram conclusivos no que toca a apoiar a prática de exercício como meio de proteger o comprimento dos telómeros dos leucócitos.
As CMP, consideradas como qualquer célula do sangue com um núcleo redondo, foram também examinadas num dos estudos revistos e foi encontrado que atividade moderada pode ser tão eficaz como exercício intenso a preservar o comprimento dos telómeros.
É conhecido que as células-satélite, importantes para a regeneração do tecido muscular esquelético, diminuem com a idade, particularmente após os 70 anos de idade. Contudo, este artigo realça que o exercício físico é uma forma de proteger contra o declínio de células-satélite devido ao envelhecimento, e é portanto um protetor do tecido muscular esquelético. Desta forma, o exercício pode prevenir indiretamente o declínio nos telómeros do tecido muscular esquelético através do melhoramento das células-satélite.
Os efeitos positivos do exercício são largamente reconhecidos como benéficos para o corpo humano. Apesar de a evidência analisada nesta revisão não ser completamente conclusiva a identificar uma correlação entre um tipo e duração de exercício, apoia a hipótese de o exercício ter um efeito positivo e potencialmente protetor nos telómeros, e portanto na degeneração cromossómica.
> A partir da: Arsenis et al., Oncotarget (2017) 16726(Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a Oncotarget. Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por José Pedro Correia.
