
Melhoramento da função do joelho com roturas meniscais
Os fatores de prognóstico associados com uma pior função do joelho em atividades desportivas e recreativas após tratamento para roturas meniscais degenerativas podem ser relacionados com os pacientes (ex. IMC elevado, pior saúde mental, mais dor no joelho, pior função do joelho, menor força do quadríceps e isquiotibiais, pior performance funcional) e relacionados com achados imagiológicos (ex. maior extrusão meniscal, sinais de osteoartrose do joelho)
A percentagem de pacientes que mostrou um melhoramento baixo/mínimo, moderado/gradual e elevado/precoce foi 10-12, 20-36 e 53-70 porcento, respetivamente. Estes resultados foram obtidos por um grupo de investigadores escandinavos que investigaram as trajetórias de recuperação de função do joelho auto-reportada durante 5 anos após tratamento para roturas meniscais degenerativas.
As roturas meniscais degenerativas são frequentemente acompanhadas de limitações funcionais e queixas de dor. Apesar de muitos pacientes terem uma recuperação aceitável, continuam a existir subgrupos de pacientes que mostram ter maus resultados. Assim, é importante identificar estes subgrupos de forma a providenciar um tratamento mais individualizado.
Este estudo incluiu 140 pacientes de um ensaio clínico randomizado anterior. As trajetórias de função do joelho foram determinadas através da pontuação do Knee injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) no início do tratamento e após 3 meses, 1 ano, 2 anos e 5 anos. Os subgrupos foram identificados de acordo com as diferentes trajetórias.
Foram identificadas 3 trajetórias de função do joelho auto-reportada durante os 5 anos de seguimento. Os autores realçam que 90% dos pacientes com roturas meniscais degenerativas mostram ter pelo menos um melhoramento gradual 2 anos após o diagnostico, quer o tratamento seja conservador ou cirúrgico. É importante notar que a maior parte dos fatores relacionados com pior função são altamente modificáveis, o que também deve ser o foco do tratamento.
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Expert opinion
Apesar de 90% ser um número encorajador, é necessário reparar que nesta percentagem está incluído um melhoramento “gradual” ou superior aos 2 anos de seguimento, e “gradual” pode ser pouco satisfatório para muitos pacientes, especialmente aqueles que pretendem permanecer ativos.
Um dos aspetos importantes deste estudo foi realçar que muitos dos fatores ligados a pior função são modificáveis. Devemos ser capazes de abordar esses fatores não só durante o tempo de contato com o paciente mas também encorajar (e tornar capazes) os pacientes de continuaram a controlar estes fatores no longo prazo. Isto é importante para evitar a montanha russa do tratamento, onde o paciente vem para ser tratado, melhora, deixa o tratamento, volta a piorar, e regressa depois ao tratamento.
Ao saber em que fatores nos devemos focar, é mais fácil de oferecer uma abordagem individualizada, que tem maior probabilidade de promover aderência por parte dos pacientes e melhorar os resultados.
> A partir da: Berg et al., J Orthop Sport Phys Ther 51 (2021) 289-297 (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy. Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por José Pedro Correia.
