
Tratamento da tendinopatia: revisão de revisões sistemáticas
O exercício excêntrico é a intervenção mais consistentemente recomendada e eficaz para o tratamento da tendinopatia.
A terapia a laser de baixa intensidade e a terapia por ondas de choque extracorpórea seguem-se com um nível moderado de recomendação. As injeções de plasma rico em plaquetas (PRP) mostram evidências conflitantes em relação à melhora da dor e da função.
O uso de corticosteroides, embora proporcione algum alívio da dor em curto prazo, é ineficaz e / ou contra-indicado em longo prazo. Em relação ao tratamento cirúrgico, os procedimentos minimamente invasivos apresentaram maior eficácia do que a cirurgia aberta, independentemente da localização.
A tendinopatia é uma queixa comum entre indivíduos fisicamente ativos e pode ter impacto na atividade física e na qualidade de vida.
Mesmo que múltiplas modalidades de tratamento tenham sido estudadas extensivamente, o início e a etiologia patológica da tendinopatia ainda não são totalmente compreendidos. Consequentemente, ainda não há consenso sobre a eficácia das intervenções para essa condição.
Vinte e cinco revisões sistemáticas foram incluídas, com uma pontuação média de Avaliação de Revisões Sistemáticas Múltiplas (AMSTAR) de 8,8 ± 1,0 (as pontuações AMSTAR são categorizadas da seguinte forma: 0-4 = baixo; médio = 5-8; e alto = 9-11 ) Os resultados foram centrados na dor e na função.
O exercício foi a intervenção mais eficaz; o exercício excêntrico pesado foi particularmente eficaz em comparação com outras modalidades. Apesar da evidência inconsistente para injeções de PRP, o PRP rico em leucócitos mostrou mais potencial de tratamento.
As modalidades de tratamento, como talas noturnas e ultrassom terapêutico, não são recomendadas. É importante notar, no entanto, que as medidas de desfecho focaram na dor e na função e não incluíram marcadores de cicatrização do tendão.
Expert opinion
A tendinopatia pode ter um sério efeito limitador de desempenho em atletas por longos períodos, mas também um grave impacto no trabalho e na qualidade de vida (relacionada à dor ou outros) em populações não atléticas.
Esta revisão sistemática (de revisões sistemáticas) mais uma vez nos aponta na direção de usar o exercício como a intervenção primária nesses casos, com a possibilidade de modalidades de tratamento da dor conforme necessário. Também digno de nota é o papel (não tão grande) da cirurgia no tratamento de problemas de dor e função
Talvez uma limitação desta análise (muito ampla) seja que intervenções como gerenciamento de carga, educação do paciente e gerenciamento de estilo de vida não foram mencionadas, apesar de sua relevância no gerenciamento de tendinopatia, especialmente em casos crônicos. No entanto, esta revisão constitui uma evidência muito sólida que definitivamente deve ser usada para informar nossa prática clínica.
> A partir da: Irby et al., Scand J Med Sci Sport (2020) (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: John Wiley & Sons A/S. Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por Lucas V. Lima.
