
Alongamentos crônicos e propriedades músculo-tendíneas
As evidências disponíveis sobre o efeito dos programas de alongamento nas propriedades mecânicas dos músculos e tendões mostram que - embora pequenos aumentos na extensibilidade e na tolerância à força de tração possam ser notados - intervenções com duração de 3-8 semanas não parecem alterar as propriedades mecânicas fundamentais dos músculos e tendões. Em vez disso, as adaptações tendem a ocorrer em um nível sensorial.
A eficácia dos programas de alongamento no aumento do arco de movimento (ADM) está bem estabelecida.
2 mecanismos são propostos para explicar essas mudanças: adaptações sensoriais e mecânicas. As evidências sobre o efeito dos programas de alongamento na estrutura das unidades músculo-tendíneas (UMTs) ainda são conflitantes.
Assim, esta revisão teve como objetivo revisar sistematicamente a literatura sobre os efeitos crônicos das intervenções de alongamento na estrutura da UMT. 26 estudos com programas de alongamento variando de 3-8 semanas foram incluídos. O tempo médio de alongamento foi de 1165 segundos por semana.
Os autores descobriram que o alongamento crônico (3-8 semanas) tem um pequeno efeito no torque passivo máximo tolerado, mas nenhum efeito estatisticamente significativo nas propriedades mecânicas do músculo ventral (resistência articular ao alongamento, arquitetura muscular, rigidez muscular e rigidez do tendão).
Uma grande heterogeneidade foi observada para a maioria das variáveis. As mudanças estruturais podem necessitar de uma duração maior das intervenções de alongamento, uma vez que os efeitos observados parecem vir de adaptações sensoriais, e não mecânicas.
> A partir da: Freitas et al., Scand J Med Sci Sports 28 (2018) 794-806 (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: John Wiley & Sons A/S. Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por Patricia Maria Soares de Oliveira.
