
Cinesiofobia na dor musculoesquelética crônica
Os autores desta revisão sistemática encontraram fortes evidências de uma associação entre um maior grau de cinesiofobia e maior intensidade da dor; a associação com maior intensidade da dor e menor qualidade de vida foi apoiada por evidências de força moderada.
O mesmo nível de evidência também apoiou a capacidade preditiva da cinesiofobia para a progressão da incapacidade. Pelo contrário, não houve evidência de um papel preditivo da cinesiofobia nas mudanças na intensidade da dor.
A dor musculoesquelética crônica (DMC) é bastante freqüente e tem uma origem multifatorial, com um papel significativo sendo desempenhado por fatores biopsicossociais. Uma delas é a cinesiofobia, que foi encontrada para aumentar a probabilidade de progredir de aguda para DMC. O papel da cinesiofobia na DMC tem sido explorado extensivamente. No entanto, ainda falta uma síntese da literatura disponível.
Foram incluídos 63 estudos observacionais envolvendo 10.726 pacientes. Todos os estudos preencheram os critérios de risco de viés, embora em grau variável. A qualidade da evidência variou de forte a moderada em estudos transversais e de moderada a limitada em estudos longitudinais.
Esta revisão sugere que os médicos identifiquem a presença de cinesiofobia antes de recomendar qualquer intervenção.
Isso permite abordar fatores biopsicossociais para modificar o padrão de medo-evitação, que pode ser alcançado através da seleção de objetivos funcionais, educação para gerenciar comportamentos seguros e exposição gradual às atividades temidas.
Expert opinion by José Pedro Correia
Esta revisão nos alerta para a importância dos padrões de medo-evitação em pessoas com dor musculoesquelética crônica e como devemos procurar quebrar esse padrão antes de avançar para outras intervenções.
Dados o impacto a longo prazo e capacidade preditiva da cinesiofobia sobre os resultados das pessoas com dor musculoesquelética crônica, reduzi-a pode ser o maior fator de sucesso.
> A partir da: Luque-Suarez et al., Br J Sports Med 53 (2019) 554-559 (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: The Author(s). Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por {translator}.
