
Crenças dos pacientes quanto à causa da sua lombalgia
O mundo da pesquisa mudou a visão dos profissionais de saúde de um modelo predominantemente biomédico para o modelo biopsicossocial para explicar a lombalgia crônica. Mas e quanto à perspectiva dos pacientes?
Um total de 130 participantes responderam as seguintes perguntas:
1. Qual o seu entendimento da razão pela qual a sua dor lombar é persistente ou recorrente?
2. Da onde vem esse entendimento?
As respostas para a primeira pergunta foram distribuídas claramente em 4 padrões:
- Corpo como uma máquina. Essa foi a resposta mais comum onde o individuo via seu corpo como uma máquina. Descrições da causa e persistência da lombalgia incluíram palavras como: juntas, músculo, alinhamento, controle, força e inflamatório;
- Lombalgia como permanente. Essa foi a segunda resposta mais comum onde o individuo não apenas via seu corpo como uma máquina mas também o “dano” à sua coluna como relativamente permanente. Palavras como ‘degeneração’ e descrições que denotavam uma lesão prévia causando consequências à longo prazo foram comumente utilizadas;
- Lombalgia é complexa. Esse padrão foi significatvamente menos comum que os dois primeiros. Indivíduos que tiveram suas respostas incluídas nessa categoria reconheceram a natureza complexa do corpo em relação a seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais;
- Lombalgia é muito negativa. Esse padrão é bastante similar aos dois primeiros. Entretanto, esse padrão foi diferenciado pela utilização de palavras negativas como severa, terrível, miserável e outras indicando que o seu corpo foi lesionado
As perguntas quanto à origem desses entendimento foram respondidas das seguintes formas (em ordem de frequência):
- Profissional da saúde;
- Internet;
- Familiares;
- Amigo;
- Outros.
Essa pesquisa ilustra a discordância entre o entendimento dos pacientes quanto à lombalgia crônica e a evidência científica atual. Como adeptos da prática baseada em evidência, é importante levar em consideração o sistema de crenças dos pacientes para se tornar um comunicador e fisioterapeuta mais eficaz.
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> A partir da: Setchell et al., BMC Musculoskelet Disord 18 (2017-12-20 07:27:47) 466 (Publ. antes do impresso). Todos os direitos reservados a: The Author(s). Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por Lucas V. Lima.
