
Custos do tratamento cirúrgico e conservador da osteoartrose
A osteoartrose (OA) do joelho é uma das doenças mais comuns e com um maior impacto económico a nível global, uma vez que limita severamente a funcionalidade e causa dor.
O custo estimado para tratar a AO do joelho é 817 biliões de Euro por ano, mas espera-se que este valor venha a aumentar.
Este ensaio clínico randomizado (ECR) comparou a custo-efetividade de colocar uma prótese total do joelho (PTJ) e fazer 12 semanas de terapia supervisionada com fazer apenas a terapia com a opção de cirurgia mais tarde se necessário.
Os autores incluíram 100 pacientes de um hospital dinamarquês diagnosticados com OA do joelho moderada a severa através de radiografia que cumpriam os critérios para PTJ. Os pacientes foram colocados aleatoriamente no grupo cirúrgico (n=50) ou não-cirúrgico (n=50)
Os pacientes que colocaram PTJ receberam todos uma prótese semelhante colocada pelo mesmo cirurgião ortopédico. Os pacientes do grupo não-cirúrgico receberam sessões de 60 minutos supervisionadas por um fisioterapeuta duas vezes por semana; nestas sessões foi aplicado o programa NeuroMuscular Exercise (NEMEX). Estes pacientes foram também educados sobre as características da patologia, conselhos nutricionais para um peso saudável, palmilhas e medicação com ibuprofeno. Os pacientes do grupo cirúrgico receberam também o tratamento não-cirúrgico.
O custo de ambos os grupos foi determinado através dos registos nacionais dinamarqueses e monitorizado durante 24 meses para avaliar custos adicionais. A custo-efetividade foi expressada em anos de vida ajustados à qualidade (AVAQ). A qualidade de vida relacionada com a saúde foi medida através do EuroQol Group 5-Dimension Self-Report Questionnaire (EQ-5D).
Aos 12 meses, o custo no grupo que recebeu PTJ e tratamento não-cirúrgico era mais do dobro do grupo não-cirúrgico.
Contudo, aos 24 meses não havia diferença significativa entre os grupos. Isto deveu-se a muitos dos pacientes no grupo não-cirúrgico terem escolhido submeter-se a cirurgia mais tarde – 1 em 3 pacientes colocou uma PTJ num período de 2 anos.
Apesar de o tratamento com PTJ e abordagem não cirúrgica parecer mais eficaz, não foi mais custo-eficaz que o tratamento não-cirúrgico com opção de cirurgia mais tarde.
Finalmente, uma vez que os resultados mostraram-se sensíveis ao ajustamento de covariáveis e imputação de valores em falta, é necessária mais pesquisa com períodos de seguimento mais alargados.
> A partir da: Skou et al., BMJ Open 10 (2020) e033495. Todos os direitos reservados a: The Author(s). Clique aqui para ver o resumo. Traduzido por José Pedro Correia.
